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Antes de iniciarmos a apresentação deste modelo, seria pertinente definir de forma breve dois dos conceitos presentes, de forma implícita, nesta apresentação, o conceito de comunicação e educação e sua relação.
Assim, como define Thayer, a comunicação “ é o processo vital através do qual indivíduos e organizações se relacionam uns com os outros, influenciando-se mutuamente”; por sua vez e reportando outro autor, educação “ designa e engloba todos aqueles factores humanos nos quais se dá um processo de criação ou transmissão de informação e cujo protagonista é o homem que assimila tal informação”, (Puig, 1986:14). Estas duas definições estão fortemente ligadas, pois nenhuma das duas faria sentido sem o contributo de cada uma. Isto denota-se no facto da educação não fazer sentido sem haver comunicação sem a existência de actos da mesma; assim como a comunicação não pode prescindir da educação, pois o indivíduo precisa de ser munido da capacidade de desenvolver símbolos, para se expor, comunicar e deste modo cooperar para a construção de fundamentos culturais da sociedade.
Dentro dos esquema lineares/informativos dos modelos de Comunicação Educacional, encontramos os modelos de dois investigadores norte-americanos, Shannon e Weaver, que em 1949 publicaram uma teoria de comunicação intitulada “Teoria Matemática da Comunicação” que tem como objectivo medir a quantidade de informação contida numa mensagem e a capacidade de informação de um dado canal, quer a comunicação se efectua entre duas máquinas, dois seres humanos ou entre uma máquina e um ser humano.
A fonte é vista como detentora do poder de decisão, isto é, decide qual a mensagem a enviar, seleccionando uma de entre um conjunto de mensagens possíveis; esta mensagem seleccionada é depois transformada pelo transmissor num sinal, que é enviado ao receptor através do canal.
Com estes autores, aparece um novo termo: o ruído. O ruído é algo que é acrescentado ao sinal, entre a sua transmissão e a sua recepção e que não é pretendido pela fonte. Inicialmente situado no quadro técnico do canal (pode ser uma distorção do som, interferências nas linhas telefónicas, etc.), foi alargado por Weaver ao nível semântico pelos problemas da interpretação do significado pretendido numa mensagem. O autor sugere que se adicione ao esquema base deste modelo um codificador e um descodificador semântico.
Outra inovação deste modelo trata-se da tentativa de medir o conteúdo ou novidade informática. Essa quantidade mensurável que caracteriza a mensagem está ligada à sua extensão, ás dimensões no espaço e no tempo, do seu suporte ou do seu canal de transferencia mas sobretudo à imprevisibilidade da sua ocorrência. Esta medição da informação é útil no desenvolvimento do computador moderno e que dá uma grande ajuda ao media pois facilita bastante na transmissão de informação.
Desta teoria informacional, surgem ainda dois importantes conceitos: a entropia e a redundância. A entropia defini-se como a medida do grau de desordem de um dado sistema de comunicação, a falta de previsibilidade numa situação, resultando em incerteza. A redundância é o oposto da entropia, resulta de uma previsibilidade elevada. Assim, numa mensagem de baixa previsibilidade é entrópica e com muita informação, inversamente, uma mensagem de elevada previsibilidade é redundante e com pouca informação. A redundância desempenha um papel vital na comunicação para organizar e manter a compreensibilidade da mensagem, ajudando a estabelecer um valor optimum para a compreensão da mensagem, apresentado como um jogo dialéctico entre a originalidade (imprevisibilidade) e a inteligibilidade.
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